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Framework: 6 passos para decidir sobre seu próximo emprego

Considere esses 6 elementos para tomar uma boa decisão.

POV: você decidiu mudar de emprego, foi bem em um processo seletivo, ou recebeu uma proposta financeiramente muito boa para outra empresa.

Está pensando em trocar de empregador, ou como diria LeBron James, “levar os seus talentos” para outra companhia.

  • Como saber que essa é a decisão certa?

  • Como se antecipar aos riscos e problemas ocultos?

  • Como não ser seduzido pelo canto da sereia?

Nessa edição você encontra 6 elementos que te ajudarão a pautar essa reflexão, desde a análise sobre o time fundador, passando pelo modelo de negócios e maturidade da empresa, até chegar ao âmbito pessoal e, claro, financeiro.

Mas antes…

RD Summit, parte 1: como capturar os melhores insights do evento

Você não vai perder nenhum insight do RD Summit com a Faster :)

Nós estaremos no RD Summit, o principal evento de marketing e growth do País, nessa semana.

Sempre que acontecem esses mega eventos, nós temos uma sensação enorme de FOMO - o tal “fear of missing out”. Aquele medo de que pode ter algum insight importante e game-changer… que passa batido.

Se você não quer perder nenhum insight do RD Summit: a Faster vai te dar uma força.

Eles terão um time dedicado a extrair todos os insights das principais palestras, e vão disponibilizar os resumos ilustrados de graça para quem se cadastrar aqui.

Comentamos na última semana sobre nos tornarmos media partner, e é deles que estávamos falando: Faster e Growth Insight vão ilustrar a palestra de Kyle Poyar (somos fãs): “Como crescer mais rápido com CAC próximo de $0”.

Para ver a agenda e ter acesso gratuito aos resumos ilustrados da Faster (eles chegam a partir de 11 de novembro na sua caixa de entrada), é só se cadastrar aqui:

🧠 Tempo para escrever: 4 horas
📖 Tempo de leitura: 15 minutos
✍️ Na última edição: Newsletter: como usar em marketing (ou criar um negócio com uma)

RD Summit, Parte 2: minha palestra (e outro convite)

Nesta sexta-feira subo aos palcos do RD Summit para contar como a Swile cresce 30x mesmo competindo com os gigantes do setor. Por isso quero te pedir duas coisas (leva 7 segundos):

  1. Se você vai ao evento, favorite a minha palestra no app, isso me ajuda a palestrar em espaços maiores.

  2. Esse tipo de conteúdo te interessa? Estamos considerando realizar uma sessão exclusiva para assinantes da newsletter, responda a pesquisa abaixo.

Você tem interesse na transmissão online (ao vivo) desse conteúdo em sessão exclusiva para assinantes?

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Nessa edição você vai ler:

Você decidiu mudar de emprego, foi bem em um processo ou recebeu uma proposta financeiramente muito boa. Como saber que essa é a decisão certa? Como se antecipar aos riscos e problemas não falados durante suas conversas?

Aqui estão as 6 dicas para evitar ciladas:

1. Existe founder-market fit?

Assim como product-market fit descreve um produto que se conecta bem com uma dor do mercado, founder-market fit prevê a conexão dos founders com o mercado onde estão atuando.

Você está investindo sua carreira na ideia de alguém, o founder-market fit te ajudará a sinalizar quer são os aventureiros e quem tem boas chances de sucesso.

Founder-market fit é o alinhamento dos pontos fortes da equipe fundadora com os desafios do negócio, especialmente nos primeiros dias.

Rob Go, NextView

Rob Go desenhou este conceito como forma de identificar as melhores oportunidades de investimento enquanto VC. Ele parte da premissa de que começar uma empresa é difícil e o sucesso demorará muito mais tempo do que o previsto por founders - mesmo entre os mais pessimistas.

Por isso se faz necessário, um tipo de “força bruta” capaz de guiar o time fundador em todas as etapas de crescimento da organização. Para identificar founder-market fit, Rob propõe três perguntas relativamente simples:

  • Quão autêntica é essa ideia para a experiência do fundador?

  • A equipe fundadora tem uma potência fora do comum?

  • A equipe fundadora exibe superpoderes específicos que são exclusivamente adequados aos maiores desafios imediatos do negócio?

Em seu artigoThe Importance Of Founder-Market Fit & How To Highlight It While Fundraising” na Forbes, Jillian Canning Saunders cobre mais aspectos do FMF.

  • Os founders trabalham há anos nessa indústria

  • Possuem uma ampla rede de contatos na indústria

  • Ocuparam diferentes funções em seu setor e conhecem os principais players

  • Viveram o problema que está resolvendo em primeira mão e o entendem profundamente

  • Falam fluentemente sobre seu setor e o problema que estão resolvendo

  • Se identificam com seu cliente porque foi seu próprio cliente ou conduziu uma extensa pesquisa analisando seus primeiros pagantes

  • Ficaram obcecados com o problema que estão resolvendo e têm sido implacáveis em aprender tudo sobre o mercado

Esses 10 pontos apresentados por Rob e Jillian podem ser usados para entender de forma estruturada a relação do time fundador com o mercado onde estão atuando. Eles são importantes porque uma boa contadora de histórias podem seduzir potenciais candidatos com suas narrativas, transformando uma fraca conexão com o mercado em algo poderoso.

Mas por mais que essa história seja reluzente, não sobreviverá a uma análise mais detalhada pautada nesses pontos.

2. Qual é o Go-To-Market da empresa?

Você é chamado para uma cadeira de liderança senior em marketing, é uma boa oportunidade para carimbar um bom título e embolsar um bom dinheiro.

Mas você entende como a sua cadeira opera dentro da organização?

É fundamental entender qual o go-to-market da empresa: marketing, sales ou product-led? O GTM determina quem manda na empresa.

Em uma empresa marketing-led você terá mais acesso ao dinheiro, pessoas e suas ideias terão mais valor, mas se, historicamente, a empresa foi construída a partir de um modelo sales-led e marketing se resumiu à comunicação, é possível que seu nível de autonomia e até sua autoridade sejam bem menores do que o esperado.

Não é regra, mas considero uma boa diretriz. Para identificar qual é o GTM e a prevalência dele no negócio, faça perguntas como:

  • Como a empresa cresce?

  • Quais são os cargos mais seniores dentro da empresa?

  • Qual é o papel da marca nesse negócio?

  • Qual é a visão de marketing (ou qualquer outro departamento) dos founders?

  • Quando eles te explicam a visão, qual é o papel do seu departamento na história?

  • O plano é continuar com a estrutura atual? A mensagem é de mudança?

  • Se sim, quais são os sinais de quem o time fundador realmente tem coragem para mudar?

3. Quais são as expectativas para a função?

Mesmo quando os founders estão alinhados com o mercado e o GTM favorece a posição, ainda é fundamental entender quais são as expectativas da liderança com a sua contratação.

Não caia na armadilha de acreditar que, com trabalho duro e sua experiência você será capaz de atender (ou alterar) expectativas irreais. Para evitar esse tipo de problema, avalie os seguintes itens:

  • O time fundador entende tecnicamente sobre o seu trabalho?

  • Quão bem fundamentados são os desafios e problemas compartilhados? Quão detalhada é a visão do time fundador sobre a solução?

  • É esperado que você encontre todas as respostas ou você contará com apoio das pessoas da organização?

  • O job description da posição é amplo e genérico?

  • Em caso de cadeiras mais seniores (ou primeiras contratações de departamentos), eles contam com apoio externo para a contratação ou fazem tudo por conta própria?

4. Há fit entre candidato e modelo de negócios?

Essa dica vem do fundo do meu coração, um aprendizado construído a partir de muitos erros.

A minha carreira é muito eclética: vendas, RH, BI, vendas, marketing, growth, produto, marketing. Varejo, indústria, e-commerce, SaaS, marketplace, SaaS. B2C, B2C, B2C, B2B, B2C, B2B.

Demorou muito para eu entender onde eu sou melhor. Marketing não é marketing em todo lugar.

O mesmo é verdade para vendas, produto e, arrisco dizer, em qualquer outra área. A audiência, os canais de aquisição, os problemas, o lobby… Tudo muda entre mercados e modelos de negócio.

Isso não significa que você precisa construir uma carreira em uma única indústria ou modelo de negócios, experiências em locais muito diferentes tendem a ter alto valor para as organizações.

Ao mudar de empresa, porém, é esperado que você carregue toda a experiência acumulada nos anos anteriores e aplique os aprendizados em sua nova realidade. Essa experiência não precisa ser restrita ao contexto que você está, ela precisa ser aplicável ao contexto.

5. Qual é a função da empresa na sua vida?

Nem todos os seus trabalhos ou empreendimentos precisam ter o mesmo papel na sua vida. Mais do que isso, é a sua vida propriamente dita que deve determinar o papel do seu trabalho.

Tem gente vendendo que é possível ser financeiramente independente antes dos 30 e ainda casar, ter dois filhos, praticar exercícios 5x na semana e trabalhar 6h por dia, 4 dias por semana.

Não é.

Então quando a carreira e a grana forem mais importantes, seu trabalho deve estar alinhado com isso. Da mesma forma que, quando outros aspectos da sua vida falarem mais alto, seu trabalho deve ser um meio para que você possa atende-los, não um empecilho.

Para melhor ilustrar esse ponto eu criei uma matriz (uso totalmente pessoal, essa é a primeira vez que compartilho essa ideia fora de conversas) que cruza esforço, retorno e risco de uma iniciativa.

Matriz com 3 zonas e 7 regras:

Copie esse template para você :)

O fator risco não é um eixo da matriz, mas um filtro de oportunidade. Aumentos no nível de retorno, mesmo quando não possuem aumento nos níveis de esforço, tendem a carregar um aumento do risco.

O fator de risco serve como um filtro para Nesse cenário o fator risco ajuda a projetar suas chances de sucesso,

As 3 zonas são:

  • Zona verde ✅ - iniciativas cujo retorno é positivamente desproporcional ao esforço.

  • Zona amarela 🟨 - esforço e retorno proporcionais, mas em menor escala

  • Zona vermelha ❌ - iniciativas onde o retorno é negativamente desproporcional ao esforço.

Tenho sete regras para trabalhar com esse framework. As 7 regras são:

  1. A coluna ‘esforço alto’ pode ter apenas uma iniciativa, pois consome muitas horas de dedicação e limita o espaço para novas atividades.

  2. Duas iniciativas de ‘esforço médio’ consomem mais tempo e energia do que uma iniciativa de ‘esforço alto’, mas dois ‘retorno médio’ não necessariamente são maiores que um ‘retorno alto’.

  3. Diversifique as iniciativas profissionais na zona verde para maior segurança financeira e psicológica.

  4. Iniciativas no quadrante ‘Esforço baixo / retorno alto’ tendem a ser golpes ou mal dimensionadas, rejeite 90% delas e aceite as eventuais perdas com paz de espírito.

  5. Uma iniciativa com nível de risco maior que nível de retorno deve ser desconsiderada independente do nível de esforço.

  6. A zona vermelha cobra um preço caro pelo retorno gerado, por isso deve ser evitada, atue nela somente se não tiver escolha.

  7. A linha ‘retorno baixo’ deve ser evitada na maioria das vezes, a não ser que possa ser endereçada de forma passiva.

  8. BÔNUS: Se encontrar iniciativas legítimas de alto retorno e baixo esforço, me chama! (Mas sério: cuidado para não ser ilusão nem golpe).

Ilustrei com algumas das minhas iniciativas: sou diretor de marketing na Swile, co-criador dessa newsletter, mentor nas imersões Traction e Marketing & Growth do G4 e tenho uma sociedade com meu cunhado em seu empreendimento de economia real, onde entrei apenas com dinheiro.

Essa é a minha matriz.

Em um cenário como esse, muitas horas da minha semana são dedicadas ao trabalho, se eu precisar liberar banda para me dedicar a outras coisas, precisarei tomar decisões de carreira. Alguns exemplos hipotéticos:

  • Abro mão de alguma iniciativa?

  • Saio da Swile por outra empresa que exige menos dedicação?

  • Aumento o nível de esforço na Growth Insight para melhorar o nível de retorno?

Um trabalho deve servir ao seus propósitos de vida - e falo isso de forma utilitária, não motivacional - por isso é preciso avaliar uma oportunidade de carreira sob um prisma maior: a dedicação exigida está em harmonia com a sua realidade? O retorno gerado é justo em relação ao preço cobrado?

6. Quão relevante é a proposta financeira?

Bugs Bunny Money GIF by Looney Tunes

Total comp vai além de salário. Calcula direito!

Por fim, eu gastaria bastante tempo pensando nisso.

Seu ‘total comp’ vai muito além de salário: benefícios, plano de saúde, bônus, stock options, telefone, carro, casa…

O salário certamente é o ponto de partida, mas um bom pacote de benefícios pode representar 50% da sua compensação anual, sem contar equity.

As vezes, um plano de saúde melhor, extensível para toda sua família, vale mais do que aqueles 10-15% extras que você quer negociar.

Pra começar, sempre avalie qual é o peso do equity nessa proposta. Você faz as contas de quanto essa promessa vale, quanto pode valorizar e provavelmente vai concluir que essa é a saída para o seu primeiro milhão.

Atenção para propostas que entregam tudo no futuro e nada no presente. 

Entenda que o que você tem agora é o direito de comprar as ações no futuro, em momentos muito, muito específicos. Até lá, cuidado para não morrer com o bolso cheio de estalecas.

Por fim, negocie seu cargo, ele poderá alavancar sua remuneração no futuro.

Considerando a minha posição atual, por exemplo, discutiria intensamente os detalhes antes de aceitar um cargo de “Head” (mesmo com remuneração equivalente), pois em um futuro exercício de leveling essa posição teria bônus, options e até plano de saúde inferiores ao cargo de “Diretor”.

A boa notícia é que cargos são fáceis de negociar em startups. Eles não custam nada para os founders, pelo menos não no curto prazo, então estão dispostos a distribuí-los com a intenção de massagear o ego dos profissionais. Use isso a seu favor.

Foque em reduzir as incertezas

Mudar nunca é fácil, por isso o objetivo dessas 6 dicas não é te entregar um caminho exato para boas decisões, mas te ajudar a reduzir as incertezas em um processo que é naturalmente desequilibrado: toda a informação (e dinheiro) está em um dos lados da mesa, e esse lado quer ter convencer de que assumir esse novo emprego é a melhor coisa que você pode fazer no momento.

Espero que essa edição te ajude a ter um pouco mais de sorte e sucesso na sua carreira.

Até a próxima quarta, 10h07.

Qual a nota dessa edição?

(pessoas educadas respondem)

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